Onde assistir aos jogos do São Paulo no Paulistão 2023

São Paulo x Ituano, 15/01, 18h30, no Morumbi, TNT e HBO Max transmitem

Ferroviária x São Paulo, 19/01, 19h30, em Araraquara, Paulistão Play, Premiere e YouTube transmitem

Palmeiras x São Paulo, 22/01, 16h, no Allianz Parque, Paulistão Play, Premiere e Record TV transmitem

São Paulo x Portuguesa, 26/01, 21h30, no Morumbi, TNT e HBO Max transmitem

São Paulo x Corinthians, 29/01, 18h30, no Morumbi, Paulistão Play, Premiere e YouTube transmitem

Santo André x São Paulo, 05/02, 16h, em Santo André, Paulistão Play, Premiere e Record TV transmitem

Red Bull Bragantino x São Paulo, 08/02, 19h30, no Nabi Abi Chedi, Paulistão Play e Premiere transmitem

São Paulo x Santos, 12/02, 18h30, no Morumbi, TNT e HBO Max transmitem

São Paulo x Inter de Limeira, 15/02, no Morumbi, Paulistão Play, Premiere e Record TV transmitem

São Bento x São Paulo, 18/02, 18h30, em Sorocaba, Paulistão Play, Premiere e YouTube transmitem

São Paulo x São Bernardo, 25/02, 18h30, Paulistão Play, Premiere e YouTube transmitem

Botafogo x São Paulo, 05/03, 16h, em Ribeirão Preto, Paulistão Play, Premiere e Record TV transmitem

É possível vencer com Boulos em SP!

Boulos conseguiu um feito histórico, está levando o PSOL ao segundo turno em São Paulo, amealhando mais de um milhão de votos nesse domingo. É possível vencer as eleições, desde que campanha esteja disposta a fazer as ações necessárias para virar o jogo em SP.

RESULTADO DO PRIMEIRO TURNO

Covas – 32,8%

Boulos – 20,2%

França – 13,6%

Russomanno – 10,5%

Mamãe Falei – 9,78%

Tatto – 8,6%

Com a eleição nos EUA há poucos dias, muito se falou sobre os “swing states”, ou seja, estados nos quais a população uma hora vota nos Democratas e em outras nos Republicanos. Fenômeno similar também é observado na cidade de São Paulo.

Em 2012, a esquerda venceu com Haddad avançando sobre áreas que estão entre o centro expandido e a periferia. As zonas swing da cidade de São Paulo.

A polarização entre PT e PSDB na cidade é normalmente definida pela dicotomia “centro x periferia”. Contudo, quem define as eleições é uma faixa de zonas eleitorais que estão entre o centro expandido e os fundões. Que assim como os “swing states” dos EUA, variam de preferência e são os fiéis da balança. Estão entre essas zonas, regiões como Vila Matilde, Tatuapé e Penha na zona leste, Capela do Socorro, Cursino e Jabaquara na zona sul, Santana e Casa Verde na norte e Butantã e Rio Pequeno na oeste.

Quando o PT conseguiu maioria nessas áreas (ou pelo menos empatou), acabou vencendo a disputa na cidade. Raquel Rolnik escreveu sobre isso quando Haddad venceu em 2012.

A distribuição geográfica da votação mostra que Boulos foi uniforme em toda a cidade, próximo de seus 20% nas zonas swing. Mas também na periferia, como nas zonas eleitorais do Grajaú, Capão Redondo, Valo Velho, Cidade Tiradentes, Guaianases, São Miguel, São Mateus, Perus entre outras.

A surpresa está na reconexão entre esquerda e classe média de áreas centrais, o que não acontecia desde 2012, quando Haddad foi eleito. Em Pinheiros, Boulos chegou a 32%, e em Perdizes a 29,4%.

Covas venceu em todas as zonas, porém ficou abaixo da média da cidade na periferia, acima nas centrais (mas sem abrir grande vantagem sobre Boulos, passando dos 40% em apenas três zonas: Jd. Paulista, Santo Amaro e Indianópolis) e manteve a média nas swing.

Já as somas dos votos de Tatto e França chegam aos 30% nas regiões periféricas (com pequenas variações para mais ou para menos a depender da zona), enquanto Russomanno alcançou próximo dos 10%.

Para vencer Covas, Boulos precisa ir bem na periferia, empatar nas zonas swing e perder de pouco nas zonas centrais. É possível, mas é necessário conquistar:

1 – os votos petistas;

2 – a maior parte dos votos de França;

3 – parte dos votos de Russumanno, especialmente na periferia; e

4 – isolar o bolsonarismo

Para obter êxito, será necessário realizar alguns movimentos políticos. Com relação ao ponto 1, já está mais ou menos encaminhado: Tatto e lideranças petistas já declararam apoio no segundo turno. Mas é necessário negociar o engajamento de Lula na campanha e, principalmente, não permitir que a estrutura do partido (mandatos e diretórios) seja desligada nas próximas duas semanas.

A soma dos 20% de Boulos, com os 20% de Tatto em zonas como o Grajaú, podem gerar uma onda na periferia que vai contribuir para que os votos de Russomanno venham (inclusive porque parte desses eleitores já votaram no PT e em Lula).

Resolvendo a periferia, fica o desafio de atrair os votos que foram para França, que teve uma média melhor (acima dos 15%) nas zonas swing. Para viabilizá-lo, fundamentalmente, exigirá que Boulos faça movimentos em direção ao centro.

Na prática, isso significa atrair figuras progressistas, mas que não são necessariamente do nosso campo, como por exemplo a deputada Tábata Amaral, Marina Helou e Marina Silva da Rede, a economista Mônica de Bolle entre outros. É preciso que a candidatura de Boulos se torne a expressão da cidadania paulistana, com capacidade de atrair os setores ativos da cidade.

É mais difícil, mas deve haver o esforço para trazer o apoio formal de França e PSB, Ciro e PDT, e de preferência garantir o engajamento deles na campanha. Um aliado importante para isso é Orlando Silva, do PCdoB, que apesar da baixa votação, tem amplo diálogo no campo progressista.

Outro ponto fundamental para trazer os votos de França, será a capacidade de Boulos em mostrar-se preparado para governar, o que significa além do apoio político abordado acima, apresentar grandes nomes, para além do campo da esquerda, para o seu secretariado.

Ele também deveria explorar outros fatos de sua trajetória que são pouco conhecidos, como a gestão do Minha Casa Minha Vida entidades, através do qual o MTST construiu milhares de moradias populares, cujo projeto é considerado um dos melhores do programa. Vale destacar que para viabilizar os projetos, além da pressão exercida pelo movimento, foi necessária muita negociação com secretários, prefeitos, governadores e presidentes. Ou seja, além de ativista, Boulos é um gestor e negociador, qualidades valorizadas pela população para a escolha do prefeito.

Por fim, a campanha psolista deveria explorar as contradições do bolsonarismo com o tucanato, em especial explorando a imagem de Dória. Além de ajudar a neutralizar movimentos desse segmento em direção a Covas, a ação pode ajudar a atrair votos de Russomanno e Mamãe Falei, ou ao menos desmobiliza-los.

Fazer Boulos prefeito de São Paulo significa transformar a maior cidade do país em uma trincheira na luta contra Bolsonaro. Decidir por esse caminho e colher uma vitória desse tamanho exige esforço proporcional, ou seja, juntar os diferentes e conjugar interesses.

A outra opção é marcar posição.

Não será a TV que decidirá as eleições (de novo)

Sem tempo de TV, Guilherme Boulos vai para o segundo turno por dois motivos expressos nessa pesquisa:

1) os jovens são os que mais influenciam o voto nas famílias, nessa faixa Boulos vai muito bem; e

2) a campanha de Boulos tem, de longe, a melhor estratégia de redes, na esquerda ganha de goleada.

Os dados são da pesquisa CNT/MDA, o relatório está disponível aqui.

Datafolha indica crescimento consistente de Boulos rumo ao segundo turno

A pesquisa Datafolha divulgada nessa quinta é simplesmente excelente para Boulos. Está pavimentando de forma consistente o caminho para o segundo turno.

Os recortes por seguimento deixa isso claro, nas faixas mais populosas ele está dentro da margem de erro da sua votação geral. Mas em alguns passa dos 20% e chega a liderar em outros.

Entre jovens de 16 a 24 anos, lidera com 27%. Dos 25 a 34 anos, tem 15% (+1% acima da média). E entre 35 e 44 anos, alcança 16% (+2% acima da média). As três faixas representam 52% do eleitorado (12%, 19% e 21%, respectivamente).

No quesito escolaridade, Boulos lidera com 25% entre quem tem ensino superior (1/3 do eleitorado). No ensino médio, escolaridade de 42% dos eleitores, está com 11%, no limite da margem de erro.

No recorte por renda, na maior faixa que vai de 2 a 5 salários mínimos de renda familiar, e que concentra 40% dos eleitores, Boulos tem 16% (+2% acima da média). De 5 a 10 SMs, chega a 20% e acima de 10 SMs, lidera com 28%.

São nos estratos mais pobres e menos escolarizados da população que Boulos tem espaço para crescer. E já está crescendo, na faixa com ensino fundamental, Boulos subiu 1%, no ensino médio, subiu 4%. Entre quem ganha até 2 salários mínimos, o crescimento foi de também 4%.

Baixe as tabelas completas do Datafolha.

Adesão a agenda do governo é entrave para frente ampla

Os partidos que mais se opõe ao governo Bolsonaro são, pela ordem: PSOL, PT, PCdoB, Rede, PSB e PDT.

DEM (3⁰) e PSDB (6⁰) são mais governistas que a maior parte dos partidos do centrão, com mais de 92% de apoio nas votações. A direita demotucana é mais bolsonarista do que parece.

Os dados são da ferramenta do Congresso em Foco.

Junho de 2013: por que não falamos das oportunidades perdidas?

Tenho profunda admiração por Lula, mas quanto mais distante ficamos de junho de 2013, pior fica sua opinião política sobre aqueles eventos. Lula é um animal político e uma de suas melhores qualidades é a sua sensibilidade. As opiniões apresentadas na sequência das jornadas de junho eram muito melhores e mais próximas daquilo que penso e do que acredito ter acontecido.

As manifestações de junho foram fruto do maior acesso a direitos promovidos pelos governos petistas.

Quem para de passar fome tem como refletir sobre a qualidade do transporte que usa para ir ao trabalho, diferente de quem tá na luta pra conseguir algo pra comer e se manter vivo.

O PT promoveu transformações importantes na sociedade brasileira, mas foi incapaz de responder às novas demandas criadas por essas mudanças.

Junho era o momento chave de inflexão que o governo deveria ter dado. A energia das ruas poderia ter sido combustível para uma virada na correlação de forças no país, que deixasse o campo popular menos dependente do centrão e de políticos de direita.

Porém, a instransigencia de Dilma, que não cedeu nada para as prefeituras e governos (como a Cide). E a postura, um tanto quanto, arrogante de Haddad, que acreditava que era só explicar os números para justificar o aumento, nos levou a perder uma oportunidade histórica. Junho poderia ter sido um passo decisivo na construção de uma revolução democrática no Brasil.

Essa é a nossa parte no jogo, mas não jogamos sozinhos. Naquele momento, Dilma contava com mais de 60% de aprovação, a elite caminhava para a quarta derrota seguida em eleições presidenciais. O melhor caminho para eles era procurar compor e ver parte de seus interesses atendidos, a agenda Fiesp/Centrais Sindicais (desonerações, redução da energia elétrica, financiamento do BNDES subsidiado, entre outros), fechada meses antes, tinha esse sentido. E aí venho junho.

Ao não responder às demandas e ao confrontar a energia das ruas, Dilma perdeu mais da metade do apoio que tinha antes das manifestações.

E é aí que se opera a virada.

Com 30% de aprovação, o governo petista tinha grandes chances de ser derrotado em 2014, como de fato, quase foi.

A partir dessa constatação, a elite disputa o sentimento das ruas. A Globo procura efetivar sua captura. O movimento por mais direitos passa a ser difundido como anticorrupção, contra a PEC 37. Principalmente em SP, nas últimas manifestações daquela jornada, já havia uma direita “experimentando” as ruas, coisa que não acontecia no Brasil desde as marchas com Deus e pela família, que foi o “esquenta” do golpe militar de 1964.

Porém, afirmar que as manifestações das camisas amarelas da CBF, do final de 2014, e que vão até 2016, são uma continuação das manifestações de junho de 2013, é no mínimo desonestidade.

Na consumação do golpe contra Dilma, certamente houve apoio dos EUA, de entidades que promoveram think tanks de direita no Brasil. Mas isso não tem relação com o que levou milhões de jovens às ruas em junho de 2013. As personagens e as demandas são completamente diferentes.

Se não fizermos pra valer esse balanço crítico, com o rigor que o tema merece, vai ser difícil e vai demorar bem mais para sairmos do buraco em que nos metemos.

Não temos mais tempo para experiências. O São Paulo FC precisa de um técnico pronto, experiente e vitorioso

Não era preciso ser gênio do futebol para perceber que Fernando Diniz não daria certo no São Paulo e a maior parte da torcida sentia isso e repercutiu de forma negativa a sua contratação.

 

O São Paulo FC fez muita experiência nos últimos anos.
Ceni, Jardine e Diniz não estavam a altura dos desafios que o clube enfrenta.

 

A primeira questão é que o conceito de jogo proposto por ele demanda tempo, muito entrosamento e paciência da torcida. Tudo o que o São Paulo não tinha em setembro, quando ele foi contratado.

Vale lembrar que Cuca não foi demitido, pediu demissão após não aguentar a pressão depois de uma sequência de maus resultados. Ou seja, o São Paulo precisava de um técnico cascudo, experiente e vitorioso que passasse a confiança que o momento exigia. O oposto do que é Diniz.

Fernando Diniz é considerado um técnico com bons conceitos, mas seus trabalhos em times mais relevantes, notadamente Athletico Paranaense e Fluminense, se mostraram como um vazio de ideias. Me parece um erro falar que seu estilo de jogo é inspirado em Guardiola. Não é. O espanhol usa a posse de bola de seus times com o objetivo vertical, de chegar o mais próximo do gol adversário e finalizar.

Diniz insiste em uma saída de bola no pé desde o goleiro. Qualquer time que sobe um pouco a marcação já dificulta. Quando o time tem qualidade técnica, vira sufoco. Quando não há a marcação alta ou quando se consegue escapar dela é que fica nítido o deserto de ideias.

Normalmente a bola sai pelo volante que vem buscar o jogo, Tchê Tchê tem feito essa função, ele carrega a bola até o meio campo, normalmente abre em uma das laterais. Quando o time bate na primeira linha defensiva adversária começa o “arco burro”, que é a bola recuada pelo lateral para o zagueiro, que toca para o outro zagueiro, que toca para o outro lateral, as vezes ela passa pelos pés do goleiro também. Isso é correto para buscar o espaço menos congestionado, mas com a lentidão que é feita, quando a bola chega na outra lateral, o time adversário já movimentou todo seu time para o outro lado.

Quando o São Paulo consegue furar a primeira linha adversária, a tendência é afunilar o jogo pelo meio e nesse aspecto Daniel Alves tem mais atrapalhado do que ajudado. Ele inibe as descidas de Antony, que tem a tendência de sempre entregar a bola ao experiente multicampeão. O garoto, por sua vez, é canhoto e dificilmente consegue fazer um cruzamento para quem chega de trás pela direita, sua tendência é tentar o drible para dentro para aproveitar a “perna boa”.

Não existe flutuação entre os atacantes, com a inversão de posições que confunda a defesa adversária. Por que Antony não cai ou é testado na esquerda, onde poderia aproveitar mais sua velocidade para fazer jogadas de profundidade, com o cruzamento para quem chega de frente?

A proposta sonolenta de Diniz parece contagiar o grupo. A marcação não tem intensidade para recuperar a bola e propor subidas rápidas que peguem o adversário desorganizado. Aqui cabe fazer uma ressalva, como fazer uma marcação intensa com uma preparação física sofrível? Sem falar nos problemas do departamento médico. Ontem no jogo contra o Ceará, Reinaldo, nitidamente, não tinha condições de atuar na partida. Ao ir para a seleção, Antony disse que vinha atuando com dores e foi “devolvido”.

Os problemas em campo refletem o despreparo fora dele. Apesar do título da Sulamericana de 2012, o São Paulo começou a desandar a partir da eliminação na Libertadores de 2009, com a demissão de Muricy Ramalho. Detalhe: quem articulou a demissão foi o vice de futebol da época, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco.

No início da sua gestão como presidente, a partir da crise, até hoje mal explicada, que culminou com a renúncia de Carlos Miguel Aidar, Leco fez uma política que indicava uma melhora nas contas, reduzindo a dívida bancária do clube. Porém, o jejum de títulos e a possibilidade de passar cinco anos na presidência sem ganhar nada o fizeram abrir o cofre. Isso sem falar é claro das contratações caras e duvidosas: Diego Souza, Nenê, Trellez e mais recentemente Raniel e Calazans não viviam bons momentos.

A frustração do planejamento para 2019, que previa participação até as quartas de final da Libertadores e maior sucesso nas demais competições, além da venda de atletas, faz com que alcancemos um déficit de R$ 77 milhões até agosto.

Até onde parecia que Leco ia bem, ele foi mal. A única coisa que é possível esperar de Leco é o fim do seu mandato, que ele poderia ter a grandeza de encurtar. Mas não terá.

Como torcedor, vou torcer para estar errado.

Diante da situação financeira, parece inevitável a venda de alguns talentos da base. Se não houver desmonte, havendo apenas a saída pontual de um ou dois jogadores, esse elenco tem obrigação de render mais.

Mas para isso precisa ter um treinador que dê conta do recado. Não temos mais tempo para experiências. Perdemos muito tempo em apostas como Rogério Ceni, Jardine e Diniz. Precisamos de um técnico pronto, experiente e vitorioso, sob o risco de 2020 ser uma repetição das frustrações da última década.

 

TAKE IT EASY: Faltando 27 dias para a eleição você não precisa declarar voto útil

ciro-haddad-boulosA pesquisa do Ibope, divulgada na semana passada, foi a primeira depois da decisão do TSE de excluir o ex-presidente Lula da disputa e o resultado assustou os eleitores progressistas e de esquerda.

Com 22% das intenções de voto no primeiro turno e cerca de 1/3 do eleitorado no segundo, o atentado a Bolsonaro transformou o susto em desespero.

A reação observada durante o final de semana nas redes sociais foi a antecipação, em 27 dias, da declaração do voto útil. Vimos militantes, artistas e esportistas declarando apoio a Ciro Gomes.

A pesquisa Datafolha, que acaba de ser divulgada, demonstra claramente isso: com o campo realizado hoje, Ciro alcançou 13%.

No entanto, quem também cresceu (e muito) foi Fernando Haddad, saltando de 4% para 9% (na pesquisa do Ibope de quarta passada, ele já tinha saído de 4% para 6%). Isso sem o PT anunciar a substituição de Lula pelo ex-prefeito de São Paulo, o que deve acontecer nesta terça-feira. E essa deve ser a tônica até o dia da eleição: Haddad crescendo em direção ao patamar dos votos de transferência de Lula (que no último Ibope chegou a 39%).

Ou seja, HAVERÁ um candidato do campo progressista para votar no segundo turno. E esse candidato será Haddad (se não houver nenhuma hecatombe).

Acredito que nas próximas pesquisas ele já estará com dois dígitos e chegará na semana final de campanha na casa dos 20%, alcançando 25% dos votos válidos na urna.

É natural que diante do golpe e do desastre que foi o governo Temer as pessoas do nosso campo fiquem ansiosas para garantir a presença de alguém no segundo turno que possa derrotar as medidas tomadas nos últimos dois anos. No entanto, esta campanha é muito diferente das demais, temos a ressaca do golpe, o impedimento de Lula e um elemento novo: uma campanha muito curta. Com as mudanças feitas no Congresso, são 45 dias para os candidatos pedirem votos e, pasmem, ainda não chegamos nem a metade desse período, ou seja, há ainda muita coisa pra acontecer.

O primeiro turno deve servir para a gente afirmar valores e propostas que são representadas pelo candidato que mais nos identificamos.

O voto útil, se for o caso de fazê-lo, deve se definir na véspera da eleição. E com a perspectiva de uma ida tranquila de Haddad, o voto poderá ser mais ideológico, fortalecendo posições mais à esquerda.

Eu pessoalmente, votarei em Boulos, que é a opção nesse primeiro turno que fala o que precisa ser dito.

Sobre a disputa na direita, fica para outro post, mas não há nada definido ainda.

Barba reencontra o Morumbi

Hoje, 13 de fevereiro de 2017, levei o Barba para assistir São Paulo FC x Ponte Preta. Assistir é um eufemismo, a diabete levou boa parte da visão dele. Na verdade levei ele pra sentir o Morumbi.

Conheci o Barba há uns 20 anos atrás quando comecei a militar na Força Socialista. Professor, comunista e tricolor fanático.

Foi ele quem me levou pela primeira vez para ver um jogo no estádio, há 17 anos. Foi um SPFC contra Flamengo de Guarulhos, no campo deles. Vitória nossa por 4 a 0. Nessa Copa São Paulo fomos em outros jogos, em especial a final no Pacaembú super lotado e vitória sobre o moleque travesso.

Ainda em 2000, vimos o tricolor ser campeão paulista sobre o Santos em dois jogos no Morumbi. Aliás, foi o Barba que me apresentou ao Monumental.

Foram dezenas de jogos que fomos juntos. A maioria no Morumbi, mas fomos até o Canindé e Vila Belmiro.

Em função do problema de visão, fazia tempo que ele não ia ao Morumbi (antes ele ia em praticamente todas as partidas), hoje foi meu dia de retribuir um pouquinho das alegrias que ele me proporcionou. O vídeo é um pequeno registro desse reencontro com o Morumbi.